O arrependimento pós-transa

Você está carente e sozinha em casa. Os filmes na TV parecem entediantes, todos os seus amigos e conhecidos estão ocupados, as peças de teatro estão caras demais e ir ao cinema desacompanhada não é uma opção. Não hoje. Então a partir daqui, duas coisas podem acontecer:


Seu telefone toca e o número na tela é aquele que você não quer atender, mas acaba falando um ‘alô’ feliz até demais para a pessoa do outro lado da linha. É aquele número que só te procura quando quer, quando a necessidade é tanta que o obriga a ir atrás. É aquele número que vai te trazer um arrependimento pós-transa; você vai acordar arrependida por gostar tanto de se perder no corpo errado, por rir de piadas idiotas e por saber que o sexo é bom.  Bom não, maravilhoso. Alguns tapas no rosto, na bunda e pedidos inacreditáveis. Pedidos que nenhum dos dois tem vergonha de fazer. O arrependimento vem por que o sexo é do jeito que você queria, do jeito que você precisava. Mas para ele, é só mais uma. E isso fica bem claro quando ele diz: ‘Preciso de você agora. ’

Arrependimento pós-transa é isso: Uma ressaca moral, o corpo pesado e suado, seu cérebro está gritando com você e nenhuma resposta é boa o suficiente para tentar esclarecer o que acabou de acontecer. Mas você sabe muito bem o que foi. Um sexo descontrolado, cheio de marcas e palavras incompreendidas. Foi sexo e como diria Rita Lee ‘… Sexo é uma selva de epiléticos. ’
Mas às vezes, você está do outro lado. Você é o número que alguém não quer atender, mas você também não quer ligar: O assunto não flui, a voz da pessoa não lhe agrada e suas opiniões são contrárias, totalmente opostas. É um soco no coração, na boca ou em qualquer outra parte sensível do corpo, ter que ligar para ela. Mas o sexo é bom e para por aí. No dia seguinte você acorda arrependida, e culpando a si mesma. Culpando o tesão mesmo, culpando aquele momento de carência e com o arrependimento  pesando os seus ombros.
Mas o arrependimento vem depois. Na hora só precisamos nos perder na selva de epiléticos, como se já não nos importássemos com o que vai acontecer no dia seguinte.
Por: Kle Franklin

Deixe um comentário